PET SITTER
PET SITTER: UM NEGÓCIO EM EXPANSÃO
Pet Sitter é um termo inglês para uma pessoa que toma conta de bichos de estimação para alguém por um tempo determinado. Esse serviço já é muito comum em alguns países europeus e nos Estado Unidos. Foi a veterinária Andressa Gontijo que trouxe pela primeira vez o conceito de Pet Sitting para o Brasil em 2010. Gontijo percebeu que o Brasil é um país com muitos animais domésticos, mas que tinha poucas opções disponíveis de cuidados profissionais para eles. No Brasil o Pet Sitting se torna cada vez mais requisitado por donos de animais domésticos que precisam viajar ou trabalhar por períodos longos sem ter com quem deixar os bichinhos. A veterinária hoje oferece cursos em Pet Sitting em todo país.
O potencial desse empreendimento chamou atenção após a realização de uma pesquisa em 2016 pelo Pet Sitters International, uma associação profissional de Pet Sitters da Carolina do Norte. Nela foi determinado que em 2015, os pet sitters da associação completaram 17 milhões de trabalhos, com uma fatura total de U$ 391 milhões. No Brasil já existem sites que reúnem perfis de pet sitters, como o Pet Sitters do Brasil e o Pet Anjo. Uma análise desses sites mostrou que o pet sitting ainda é um serviço restrito aos estados do sul e do sudeste, e que a maioria dos sitters são mulheres.
Em entrevistas a pet sitters do Rio de Janeiro e São Paulo, foi observado de forma unânime como a decisão para se tornar um profissional nessa área é feita a partir de uma vocação. A Pet Sitter Lau Garcia, 34 anos, é formada em pedagogia, e exerceu a profissão por quase 10 anos. Mas, percebeu que não se sentia completa ou feliz naquele ramo, e abandonou o emprego como professora infantil para concluir cursos e se qualificar como pet sitter, carreira pela qual é apaixonada, e que pratica há um ano.
Mais da metade dos entrevistados começaram a trabalhar como babás de bichos há menos de um ano. Além disso, apenas oito pet sitters eram membros de equipes profissionalizadas. É o caso do grupo Pet Sitter Rio, formado por duas sócias em 2013, e que hoje conta com um time de 8 sitters. Segundo eles, trabalhar em equipe amplia o alcance do público que pode ser atendido, como também o fato de aceitarem qualquer animal doméstico de pequeno porte, desde peixes a calopsitas, porquinhos da índia, coelhos, cães e gatos, etc..
De acordo com os sitters, o principal público pertence à classe média, e são pessoas que trabalham longas horas, sem ter com quem deixar o animal. Portanto, necessitam do serviço de pet sitters para administrar remédios diários, realizar passeios, e outros cuidados, como banho e tosa, por exemplo. O atendimento da equipe do Pet Sitter Rio dura uma hora. Já a maioria dos clientes de Lau Garcia viajam a lazer:
“Varia muito de um fim de semana a uma viagem de 20 dias, com um pico na demanda em dezembro, janeiro e julho. Mas a média é entre cinco a sete dias,” conta ela.
Com a expansão desse business, várias babás migram para outros meios midiáticos para promover os trabalhos. O Instagram e o Facebook são os principais veículos escolhidos para a criação de perfis profissionais. Alguns sitters divulgam o serviço através de panfletos, mas segundo eles, não é a alternativa mais rentável. A pet sitter Ana Vitória, 29 anos, oferece hospedagem domiciliar para cachorros pequenos. Para ela, as redes sociais são indispensáveis:
“No momento eu só tenho o Instagram e o Facebook. Ainda não tive tempo de me cadastrar em mais opções de mídias digitais, mas pretendo investir mais nisso, pois tem dado retorno,” explica.
Os preços variam entre R$ 50 e R$ 90 reais. O número de pets por cliente, a distância e o tempo são fatores que podem encarecer o serviço. Mesmo assim, os pet sitters reparam num aumento na procura por este tipo de atendimento. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, o Brasil tem quase 140 milhões de animais domésticos, dos quais a metade se encontra na região sudeste do país. Portanto, está a disposição um bom mercado em potencial. Outra pesquisa revelou que no país todo, mais de 7 milhões de pessoas viajam diariamente para ir e voltar do trabalho. Quase 3 milhões restritas aos estados do Rio de Janeiro e São Paulo na região sudeste. Essa informação encaixa no perfil dos clientes que procuram serviços de pet sitting. A sitter Luciana dos Santos, 22 anos, acompanha essas mudanças:
“Hoje em dia muitas pessoas não querem ter filhos, e acabam substituindo eles por bichinhos de estimação que cuidam como se fossem filhos mesmo. Antigamente era normal viajar e os gatos darem voltinhas na rua. Hoje a visão mudou. Adoção, posse responsável, cuidados periódicos com veterinário, etc.., são a realidade. Como eles são tratados como membros da família, a procura para que os cuidados sejam feitos por um profissional capacitado é constante,” informa.